terça-feira, 5 de maio de 2009

Moções aprovadas pela UNE

NOTA DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA SEXISTA NO MOVIMENTO ESTUDANTIL
O machismo presente em nossa sociedade se manifesta nas diversas dimensões e nos variados espaços da vida social, política e econômica. A universidade e o movimento estudantil, portanto, não estão alheios a essa opressão.

A violência contra mulheres toma formas diversas, como agressão física ou psicológica. E em situações de disputa ou embate, é comum que os homens busquem desqualificar as mulheres através de expressões machistas ou que imponham sua opinião por meio de gritos e outras ações agressivas. O caso pode ser extremado e chegar à violência física.

Caracterizar os espaços da política como masculinos é uma das principais formas de exarcebar o machismo. Por isso, através de mecanismos como cotas de 30% para mulheres na direção da entidade, por exemplo, a UNE procura combater essa lógica e fortalecer a presença das mulheres na militância e na direção da entidade.

Recentemente, tivemos um caso de violência sexista numa reunião da Comissão de Credenciamento e Organização do Congresso da UNE. Esses episódios têm que ser tratados como intoleráveis e inaceitáveis. Por isso, registramos publicamente nosso repúdio a atitudes como essas, destacamos que a UNE deve tomar as providências necessárias para coibir qualquer gesto de violência em seus encontros, instâncias e mesmo no seu espaço físico.

Nem as discordâncias entre nós nem a disputa que fazemos em defesa da educação pública pode ter as cores da intolerância, do machismo e da desigualdade. É tarefa nossa trabalhar para eliminar toda forma de opressão da relação entre nós, para que, aí sim, lutemos juntos por um outro mundo possível.

Reforçamos, portanto, a convocação às mulheres do movimento estudantil a participarem do II Encontro de Mulheres da UNE, espaço privilegiado para debate e organização das mulheres contra o machismo e a violência sexista.


MOÇÃO DE APOIO À CPI DA DÍVIDA PÚBLICA
A União Nacional dos Estudantes, em reunião de sua direção executiva, considerando que o mecanismo da Dívida Pública brasileira constitui um grande obstáculo ao desenvolvimento nacional e ao atendimento das necessidades do povo brasileiro, no momento em que outros países da América Latina buscam realizar auditorias das suas dívidas; considerando também que o conteúdo dessa dívida é obscuro e duvidoso, grande parte dela sendo contraída durante a ditadura militar e, por fim, que o povo brasileiro tem o direito de investigar essa dívida, declara seu apoio à realização da CPI da Dívida Pública, inclusive cobrando dos partidos a indicação dos membros da CPI para que a mesma possa ser instalada.


MOÇÃO DE APOIO AO ABRIL VERMELHO DO MST
A União Nacional dos Estudantes em reunião de sua direção Executiva, considerando os ataques que os Movimentos Sociais vêm sofrendo, em especial na luta pela reforma agrária, presta total apoio às ações realizadas no chamado Abril Vermelho, organizado pelo MST, que além de relembrar os 13 anos de impunidade do massacre de Eldorado dos Carajás teve também como tema o combate aos efeitos da Crise Econômica sobre os trabalhadores, trabalhadoras e a juventude. A UNE se solidariedade com o MST e reforça seu apoio à luta pela reforma agrária imediata.


MOÇÃO EM DEFESA DA ORGANIZAÇÃO E LUTA DOS ESTUDANTES! NÃO AO DIVISIONISMO NO MOVIMENTO ESTUDANTIL!
Nos últimos anos temos visto crescer a participação e a mobilização dos estudantes universitários brasileiros, voltando a ocupar destaque nas lutas sociais e protagonizando importantes batalhas em defesa de uma educação pública de qualidade, no combate a mercantilização da educação e por mudanças profundas na sociedade brasileira.

Dessa forma, tem-se fortalecido também a organização do movimento estudantil, e as várias experiências de ocupações de Reitora, de comandos de mobilização e os congressos estudantis passam a ganhar uma nova dinâmica e importância para organizar a mobilização e a ação dos estudantes.

A necessidade de ampliar sua democracia e a capacidade de dialogar cada vez com mais estudantes é uma das grandes tarefas do movimento estudantil e de suas entidades para permitir potencializar o espírito de luta e combatividade tão presentes na história dos estudantes brasileiros.

Nesse sentido a UNE tem dado passos para publicizar suas atividades e processos eleitorais para permitir um maior acompanhamento das entidades de base e dos estudantes para seus espaços de decisão e de construção enquanto entidade representativa dos estudantes brasileiros.

Porém as tentativas de ataque a UNE e ao movimento estudantil tem se repetido, e precisamos fortalecer a unidade do movimento, em seus diversos setores, para conquistarmos um novo patamar de construção e de mobilização nacional para nossas reivindicações.

Recentemente foi propagandeada a posição de realizar um “Congresso Nacional dos Estudantes”, no mesmo período do Congresso da UNE, unicamente para tentar dividir o movimento estudantil e dessa forma criar promoção de um setor minoritário no movimento que prefere se ausentar das discussões e dos embates de construção das lutas e da própria UNE.

Essa tentativa em nada adiantará. Ao longo de seus 72 a UNE se constitui como uma entidade com um rico debate político que sempre permitiu a entidade opinar propositivamente na sociedade e combater as tentativas de ataque aos interesses dos estudantes e do povo brasileiro. Nós não vamos renunciar a essa história e queremos deixá-la viva em nossas lutas do presente.

A diretoria da UNE reafirma nesse seu período de congresso esses princípios, para se somar as diversas entidades dos movimentos sociais e fortalecer a unidade do movimento estudantil e de todos aqueles que lutam pela construção de um Brasil mais justo e soberano.

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