Os resultados do ENEM, recém-divulgados pelo Ministério da Educação, comprovam uma denúncia que os deputados da Bancada do Partido dos Trabalhadores fazem insistentemente em plenário: a política adotada pela Secretaria de Estado da Educação para a rede pública de ensino de São Paulo é equivocada.
O ENEM é uma prova não obrigatória realizada pelos formados e formando do ensino médio em todo o País. São questões de múltipla escolha, baseadas em conteúdos essenciais do currículo escolar.
Na escola que está em primeiro lugar no ranking do Estado, o Colégio Juarez Wanderley mantido pela Embraer em São José dos Campos, o investimento anual é de R$ 14.000 por aluno. Já nas escolas da rede estadual de ensino médio, o Governo Serra investe R$ 2.500,00 por aluno ao ano, quase seis vezes menos do que a escola campeã.
A escola pública estadual com maior pontuação em São Paulo foi a EE Lúcia de Castro Bueno, localizada em Taboão da Serra, que ocupa o 2.596º lugar no País e o 70º no Estado de São Paulo, atrás ainda de escolas técnicas e particulares.
Esta escola não mantém o sistema de ciclos e abriu mão das apostilas nas aulas, dois dos principais pontos da política educacional adotada em São Paulo. Na prática, os ciclos impedem a devida avaliação dos estudantes e o material distribuído pelo governo já foi alvo de inúmeras denúncias pelo excesso de erros no conteúdo.
Conhecido como progressão continuada, o sistema de ciclos, que não é adotado na melhor escola estadual, gerou a aprovação automática, responsável pelo analfabetismo funcional de cidadãos que cursaram ou estão cursando o ensino fundamental e médio em escolas públicas paulistas. Na EE Lúcia de Castro, os alunos têm reforço constante e os pais são chamados a participar das decisões escolares, que não são práticas comuns na rede.
Outro exemplo da própria rede pública que revela os erros da política de educação é a EE Maestro Fabiano Lozano, localizada na Vila Mariana, que lidera o ranking das escolas estaduais na capital. Lá, 90% dos professores são concursados, não estão submetidos ao sistema de admissão em caráter temporário que o governo mantém para metade dos docentes da rede. O resultado é uma maior estabilidade de todos os profissionais. A escola tem a mesma diretora há nove anos, tem salas de informática, bibliotecas e quadras, equipamentos inexistentes ou sem condições de uso na maioria das escolas estaduais.
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