Por Maurício Macedo - Revista Caros Amigos
A seqüência de escândalos envolvendo auxiliares diretos da governadora Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, ganhou novos lances em 2009.
Apesar de ser um ano pré-eleitoral, 2009 teve um início tranquilo no Rio Grande do Sul. Depois de um 2008 marcado pela turbulência política, parecia que os gaúchos estavam ingressando em um período de calmaria.
O ano começou com o governo do Estado atingindo o tão almejado equilíbrio orçamentário. Fato que levou a governadora Yeda Crusius (PSDB) a sonhar com a possibilidade de reeleição. O discurso da excelência na gestão financeira poderia suplantar a falta de tino político, geradora do clima de beligerância com o vice-governador Paulo Feijó (DEM). Foi ele que, em junho de 2008, divulgou uma conversa com o então chefe da Casa Civil abrindo uma crise interna que ganhou repercussão nacional. Na gravação, Cezar Busatto (PPS) confirmava o uso da máquina pública para arrecadação de recursos com fins eleitorais.
Mas o passado tinha ficado para trás. Após encaminhar o orçamento batizado de Déficit Zero para a Assembléia, a governadora deu um giro pelo Brasil para “anunciar as conquistas gaúchas”. Passou por Brasília, Nordeste e terminou em São Paulo, ao lado de José Serra, governador de mesma plumagem.
A tucana chegou até a alçar vôos mais ousados. Nem bem as burras do Estado haviam saído do vermelho, anunciou que planejava a compra de um avião para uso exclusivo. A notícia repercutiu negativamente, mas para quem conta com o apoio da grande mídia, o assunto foi levado ao esquecimento. Tanto é verdade que não surgiu nenhuma piada sobre o AeroYeda - apesar do AeroLula aparecer volta e meia.
Também pudera, a governadora abriu os cofres e elevou em 560% as verbas em propaganda. Ao todo, serão R$ 93 milhões em publicidade neste ano. Mesmo assim, o orçamento equilibrado teve um custo: precarização nos serviços públicos e arrocho no funcionalismo. Yeda chegou a dizer que 2008 era “o ano do reajuste zero”.
E começou pelos servidores estaduais a virada na sensação de tranquilidade. A situação de penúria salarial originou uma aliança poucas vezes vista no Rio Grande do Sul. Capitaneados pelo Cpers (magistério), dez sindicatos promoveram uma ostensiva campanha. Nos outdoors, suspense: a imagem distorcida de um rosto e a promessa de mostrar a face oculta da corrupção, entre outras críticas pesadas.
O governo tucano mordeu a isca. Antes de qualquer identificação, uma ameaça partiu da Casa Civil à empresa responsável pelos painéis. A carta prometia responsabilização criminal. Como sempre, o feitiço virou contra o feiticeiro. A jogada de marketing ganhou destaque na mídia até que o rosto de governadora apareceu ao lado da frase: Governo Yeda - a face da destruição do Estado. Máscaras da governadora foram distribuídas em uma passeata pelas ruas de Porto Alegre.
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