Dirigentes do MST e do PT divulgaram nota pedindo a libertação de militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que participaram de uma manfiestação na Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará.
Segundo o documento, quatro manifestantes ainda permanecem presos. Os dirigentes alegam no documento a defesa do livre direito à manifestação e o combate à criminalização dos movimentos sociais.
Leia a íntegra da nota:
Liberdade aos companheiros de luta MAB - Pará
No dia 26 de abril deste ano, 18 trabalhadores foram presos por liderarem uma manifestação realizada por camponeses e pescadores atingidos pela construção da Barragem de Tucurui, no estado do Pará.
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí é a maior usina hidrelétrica em potência totalmente brasileira e foi construída durante o regime militar, período marcado pela imposição de um modelo de desenvolvimento econômico dependente do capital estrangeiro e negligente no que se refere aos impactos ambientais, sociais e culturais.
As populações que viviam no local inundado e que hoje vivem em seu entorno ainda sofrem os efeitos deste processo devido às condições precárias em que foram assentadas com efeitos sobre a saúde, sobre as possibilidades de sustento através da pesca e da agricultura, sobre a disponilibidade de infraestrutura para moradia (com registro, inclusive de falta de energia elétrica) destas famílias.
A manifestação destes companheiros, além de legítima, é necessária para alertar a sociedade e mobilizá-la contra a utilização dos recursos naturais do nosso país de maneira absolutamente descomprometida com a sustentabilidade econômica, ambiental e, sobretudo, social. Por isso mesmo, esta questão não pode ser alvo de uma ação policial identificada com setores que buscam criminalizar os movimentos sociais que reivindicam pelos seus direitos. É preciso, ao contrário, muito diálogo, busca de consensos e reparação dos danos causados à vida dessas pessoas.
A garantia da devida reparação aos prejuízos causados às populações atingidas pelas barragens, a criação de alternativas de sobrevivência e trabalho bem como a garantia de acesso aos recursos naturais são questões que, no nosso ponto de vista devem ser prioritariamente considerados de modo que o desenvolvimento do país não seja feito às custas de seu povo. Nesse sentido, apresentamos nossa total solidariedade aos companheiros e as companheiras que estão nessa luta.
Fazemos coro ao pedido de libertação dos outros quatro companheiros que ainda permanecem presos e defendemos o direito à livre manifestação e o combate à criminalização dos movimentos sociais.
Valmir Assunção, militante do MST e membro do Diretório Estadual do PT/BA
Marcelino Galo, membro do Diretório Nacional do PT e ex-presidente do PT/BA
Márcio Matos é da direção estadual do MST
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