sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Após prefeito aumentar ônibus em 17%

PM de Serra usa bala de borracha e bomba para acabar com mobilização contra Kassab


A manifestação na tarde dessa quinta-feira (7), na região central de São Paulo, que reuniu cerca de 300 estudantes para protestar contra o aumento da tarifa do ônibus prometia ser pacífica.

Por volta das 17h, uma passeata deixou frente do Teatro Municipal e percorreu as ruas do centro histórico com apitos, instrumentos de percussão, narizes de palhaço, faixas e palavras de ordem. Os manifestantes distribuiram ainda panfletos à população alertando que o aumento de R$ 2,30 para R$ 2,70 (17,4%), definido pelo prefeito Gilberto Kassab, e válido desde o dia 4 de janeiro de 2010, além de superior à inflação do período – na casa dos 15% -, coloca a passagem paulistana como a segunda mais cara do País.

O clima tranquilo, porém, mudou quando o grupo se aproximou do Terminal Parque Dom Pedro, um dos mais movimentados da capital. Como já acontecera em outros atos públicos, a marcha foi recebida por policiais militares munidos de cassetetes, balas de borracha, gás de pimenta e bombas de efeito moral, em mais um belo exemplo do apreço do governo José Serra pelo diálogo com os movimentos sociais.


* Foto: Secom/CUT
Mulher é detida após chamar ação da PM de fascista







No início da noite, um espetáculo deprimente tomou conta das ruas próximas. Mesmo após a dispersão das pessoas presentes na manifestação, soldados da PM lançavam bombas contra a passarela de acesso ao local e em pontos de ônibus na rua 25 de Março, atingindo mesmo quem não tinha qualquer ligação com o protesto.

Da mesma forma que ocorreu no primeiro semestre de 2009, quando a polícia militar foi convocada para acabar com a mobilização de estudantes em apoio aos funcionários em greve da USP, a ordem parecia ser exterminar qualquer sinal de enfrentamento, como ficou claro quando uma mulher recebeu uma 'gravata' de um policial e foi jogada dentro de um camburão após chamar os soldados ali presentes de fascistas.


* Foto: Secom/CUT
Roberta exibe os ferimentos







“Estávamos fazendo um protesto pacífico, queríamos apenas panfletar, levar informação às pessoas que utilizam os ônibus, mas a PM já chegou batendo quando tentamos entrar no terminal”, contou a estudante Roberta Costa, 23, uma das pessoas que exibia marcas roxas e feridas nos braços e pernas, após ser atingida por golpes de cassetete e balas de borracha.

Com o fim da confusão, a população que presenciou a atuação dos agentes da segurança pública aplaudiu ironicamente os policiais que caminhavam rumo à entrada do terminal.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, seis pessoas foram detidas por desacato à autoridade- quatro homens e duas mulheres - e levadas ao 1° DP, da Sé. Foi elaborado um termo circunstancial por desacato e agressão e a seguir elas foram liberadas.

Em breve, o clima pode esquentar mais uma vez. O governo José Serra prevê anunciar o aumento das tarifas do metrô e dos trens da CPTM já no mês de fevereiro.

Um comentário:

Unknown disse...

2010 ano de muita luta!!!!

viva o PT e os Mov. Sociais, viva a luta do povo paulita!!!

parabens pelo blog alexandre, esta muito interativo!!!

saudações