quarta-feira, 22 de julho de 2009
Jovem petista é eleito Vice Presidente da UNE
O estudante de direito da Universidade Federal do Pará e militante da Juventude do PT, Tiago Ventura, foi eleito neste domingo (19), Vice Presidente da União Nacional dos Estudantes.
Tiago, 22 anos, atualmente é 1º Vice Presidente da União Acadêmica Paraense (UAP) e atua na tese Kizomba. Outros três petistas foram eleitos para a diretoria executiva da entidade, são os baianos, Joana Paroli, também militante da Kizomba e diretora de Mulheres da UEB e Tássio Brito, da direção nacional da Juventude do PT e militante da tese Reconquistar a UNE e o mineiro, da tese UNE Paratodos, Wallison Brandão, estudante de filosofia da UFMG e da executiva estadual da JPT/MG.
As teses que se referenciam no PT estiveram presentes em duas chapas, Avançar nas Mudanças e MUDE (Movimento UNE Democrática), que obtiveram 2018 e 354 votos respectivamente.
O novo presidente da entidade será Augusto Chagas, atual presidente da UEE-SP e militante da União da Juventude Socialista (UJS).
O 51º Congresso da UNE, ocorreu entre os dias 15 e 19 de julho em Brasília e reuniu cerca de 3 mil delegados de todos os estados do país, sendo um dos mais representativos da história da entidade, contando com representantes eleitos em 92% das instituições de ensino superior do país.
Entre as resoluções, destaca-se a de conjuntura, que aponta para a defesa da continuidade do projeto democrático e popular representado pelo governo Lula e conseqüentemente a derrota dos tucanos nas eleições de 2010. Na temática do movimento estudantil, foi aprovado por unanimidade a criação do Conselho Fiscal da UNE, que dará mais transparência às contas da entidade.
A próxima diretoria da UNE tomará posse no próximo dia 11 de agosto, Dia do Estudante, e terá mandato até 2011.
Tiago, 22 anos, atualmente é 1º Vice Presidente da União Acadêmica Paraense (UAP) e atua na tese Kizomba. Outros três petistas foram eleitos para a diretoria executiva da entidade, são os baianos, Joana Paroli, também militante da Kizomba e diretora de Mulheres da UEB e Tássio Brito, da direção nacional da Juventude do PT e militante da tese Reconquistar a UNE e o mineiro, da tese UNE Paratodos, Wallison Brandão, estudante de filosofia da UFMG e da executiva estadual da JPT/MG.
As teses que se referenciam no PT estiveram presentes em duas chapas, Avançar nas Mudanças e MUDE (Movimento UNE Democrática), que obtiveram 2018 e 354 votos respectivamente.
O novo presidente da entidade será Augusto Chagas, atual presidente da UEE-SP e militante da União da Juventude Socialista (UJS).
O 51º Congresso da UNE, ocorreu entre os dias 15 e 19 de julho em Brasília e reuniu cerca de 3 mil delegados de todos os estados do país, sendo um dos mais representativos da história da entidade, contando com representantes eleitos em 92% das instituições de ensino superior do país.
Entre as resoluções, destaca-se a de conjuntura, que aponta para a defesa da continuidade do projeto democrático e popular representado pelo governo Lula e conseqüentemente a derrota dos tucanos nas eleições de 2010. Na temática do movimento estudantil, foi aprovado por unanimidade a criação do Conselho Fiscal da UNE, que dará mais transparência às contas da entidade.
A próxima diretoria da UNE tomará posse no próximo dia 11 de agosto, Dia do Estudante, e terá mandato até 2011.
Honduras: um golpe pelo controle do continente
Por Marcelo Salles
Golpe de Estado em Honduras?! Ué, mas essa época de golpes na América Latina não havia terminado? Agora a região não vive um período democrático? Não era por isso que aquele papo de “revoluções e ideologias” estava fora de moda, sendo cultivado apenas por uma meia dúzia de românticos saudosistas?
Pois é, mas foi o que aconteceu. Para o desgosto das corporações de mídia e seus representados, as contradições políticas e sociais ficam cada vez mais evidentes no continente americano. E quando as contradições ficam evidentes, as tenebrosas transações, que adoram a calmaria, começam a aparecer. E máscaras começam a cair.
No domingo pela manhã, 28 de junho, cerca de 200 soldados seqüestraram o presidente Manuel Zelaya e o enviaram à Costa Rica. Segundo a rádio local “Es Lo De Menos”, vários integrantes do gabinete foram presos e existem ordens de prisão para dirigentes de movimentos sociais, como a Via Campesina. A Telesur informou que também foram seqüestrados os embaixadores de Cuba, Venezuela e Nicarágua. O presidente do Congresso, Roberto Micheletti, assumiu o poder com o apoio do das Forças Armadas e do Judiciário.
No dia do golpe os telefones celulares não funcionaram, assim como a eletricidade em alguns pontos deste país de 8 milhões de habitantes – o que prejudicou muito o trabalho da imprensa independente (sem que isto tenha sido alvo de críticas como no caso iraniano).
A Organização dos Estados Americanos deu prazo de 72h para a recondução de Zelaya à presidência, sob pena de expulsão de Honduras de seus quadros. Não houve um país sequer a defender os golpistas, pelo menos em público. Brasil, Itália, Colômbia e outros países chamaram de volta seus diplomatas. Lula disse que não vai reconhecer o novo governo. A Venezuela de Chávez ameaçou usar a força. Paralelamente, movimentos sociais e partidos de esquerda no mundo todo divulgaram notas e organizam manifestações de rechaço ao golpe.
Por outro lado, os Estados Unidos mantiveram uma posição dúbia. Apesar da declaração de Barack Obama, que pediu respeito às “normas democráticas”, a secretária de Estado Hillary Clinton negou o corte das relações comerciais e o embaixador estadunidense segue no país, o que caracteriza ao menos conivência com os golpistas.
Os bastidores
Os interesses estadunidenses começam a ficar mais visíveis quando olhamos para a balança comercial de Honduras: os EUA são o destino de 70% das exportações (café, bananas, camarões, lagostas, carne, zinco e madeira), ao passo que 55% das importações vêm do mesmo país, com destaque para máquinas e equipamentos para transporte, matérias primas para indústria, produtos químicos e combustíveis. O déficit hondurenho gira em torno de US$ 1 bilhão.
A CIA destaca em sua página na Internet que “investimentos em fábricas de maquilagem e setores de exportação não-tradicionais vem começando a diversificar a economia”. Talvez o projeto ianque para o país fosse transformá-lo, gradualmente, em base de trabalho escravo e semi-escravo, assim como fazem no Haiti e na República Dominicana, onde os trabalhadores recebem 1 ou 2 dólares diários para produzir calças, agasalhos e tênis que depois serão vendidos a preços duzentas vezes maiores nos países desenvolvidos.
Outro dado importante é sua localização geográfica. Honduras está no centro da América Central, entre Nicarágua, El Salvador e Guatemala. O domínio de seu território é, portanto, fundamental para manter todo o continente sob controle. Na década de 1980 isso ficou muito claro quando os EUA transformaram Honduras numa base militar de onde atacavam o governo sandinista na Nicarágua – isso com o dinheiro sujo da venda de armas para o Irã – e assim impediam a disseminação do ideário marxista pela região. E hoje em dia, quando os EUA perdem influência na América do Sul, é fundamental reter o controle sobre o restante da América Latina.
O golpe de 29 de junho acontece justo no momento em que Zelaya se aproximava da Alternativa Bolivariana para as Américas. Seguindo o exemplo dos governos sul-americanos que mudaram suas Constituições, o presidente deposto queria incluir nas eleições gerais de 29 de novembro uma consulta para aprovar a convocação de uma Assembléia Constituinte. Como o Congresso e o Judiciário haviam negado essa possibilidade, Zelaya decidiu seguir adiante com a consulta, ainda que seu valor fosse apenas simbólico. Como os militares se recusaram a distribuir as urnas, o presidente demitiu o chefe do Estado Maior Conjunto, Romero Orlando Vasquez Velasquez, que não acatou a ordem e teve apoio dos demais comandantes castrenses, assim como do Congresso e do Judiciário.
A Escola das Américas
Vasquez é graduado na Escola das Américas, assim como outros militares hondurenhos – e latino-americanos em geral. Por pelo menos duas vezes Honduras foi diretamente controlada por ditadores formados na Escola das Américas (1975 e 1980). O congressista estadunidense Joseph Kennedy disse certa vez: “A Escola das Américas do Exército dos Estados Unidos é uma escola que produziu mais ditadores do que qualquer outra escola do mundo”.
No dia 1º de julho, o presidente golpista decretou Estado de Sítio. Qualquer pessoa pode ser detida em qualquer lugar e ser mantida na prisão sem acusação formal. As liberdades civis foram suspensas, o toque de recolher foi imposto e os cidadãos estão proibidos de se manifestarem. Apesar de tudo isso, o povo hondurenho segue nas ruas. Segundo Arturo Wallace, correspondente da BBC, cerca de duas mil pessoas protestam contra a ditadura recém-instaurada. O jornalista disse ainda que “os meios de comunicação transmitem apenas a versão oficial e os canais de notícias internacionais, como a CNN e a Telesur, estão fora do ar”.
As corporações de mídia no Brasil receberam a notícia do golpe com cautela. Apesar de a CNN ter entrado na cobertura no próprio domingo, a TV Globo, maior emissora do país, não interrompeu sua programação e deixou o assunto para segunda-feira. Na quarta-feira à noite, a matéria do Jornal da Globo não usou o termo “ditadura” e apenas uma vez falou em “golpe”. Em nenhum momento contextualizou os interesses dos EUA na região. Para mostrar “imparcialidade”, ouviu um cidadão a favor e outro contra “a crise política” instaurada no país.
O golpe de Estado em Honduras é mais um capítulo na disputa pela hegemonia na região. De um lado, o bloco de esquerda encabeçado por Hugo Chávez. De outro, o velho esquema capitalista patrocinado pelos ianques. A posição de Zelaya é delicada, pois seus inimigos controlam os outros dois poderes da República (Judiciário e Legislativo), além das Forças Armadas. E contam com o apoio financeiro dos EUA. A seu lado estão os movimentos sociais, que mostraram boa capacidade de mobilização, e a comunidade internacional – que no geral não parece muito disposta a converter os discursos em ações.
Os próximos dias dirão se Honduras seguirá sob o controle estadunidense ou se as forças populares conseguirão redefinir os rumos desse país centro-americano e, por extensão, varrer o imperialismo do continente. Seja como for, delineia-se na região um cenário de embate, vivo, que escancara a atualidade de golpes e revoluções, de utopias e romantismos. Um contexto que não interessa ao capitalismo internacional porque torna visíveis suas mentiras e contradições; e que, por isso mesmo, deve ser aproveitado por quem luta por um mundo mais justo, humano e solidário.
Marcelo Salles, jornalista, é coordenador de Caros Amigos no Rio de Janeiro, editor do Fazendo Media (www.fazendomedia.com) e integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.
Golpe de Estado em Honduras?! Ué, mas essa época de golpes na América Latina não havia terminado? Agora a região não vive um período democrático? Não era por isso que aquele papo de “revoluções e ideologias” estava fora de moda, sendo cultivado apenas por uma meia dúzia de românticos saudosistas?
Pois é, mas foi o que aconteceu. Para o desgosto das corporações de mídia e seus representados, as contradições políticas e sociais ficam cada vez mais evidentes no continente americano. E quando as contradições ficam evidentes, as tenebrosas transações, que adoram a calmaria, começam a aparecer. E máscaras começam a cair.
No domingo pela manhã, 28 de junho, cerca de 200 soldados seqüestraram o presidente Manuel Zelaya e o enviaram à Costa Rica. Segundo a rádio local “Es Lo De Menos”, vários integrantes do gabinete foram presos e existem ordens de prisão para dirigentes de movimentos sociais, como a Via Campesina. A Telesur informou que também foram seqüestrados os embaixadores de Cuba, Venezuela e Nicarágua. O presidente do Congresso, Roberto Micheletti, assumiu o poder com o apoio do das Forças Armadas e do Judiciário.
No dia do golpe os telefones celulares não funcionaram, assim como a eletricidade em alguns pontos deste país de 8 milhões de habitantes – o que prejudicou muito o trabalho da imprensa independente (sem que isto tenha sido alvo de críticas como no caso iraniano).
A Organização dos Estados Americanos deu prazo de 72h para a recondução de Zelaya à presidência, sob pena de expulsão de Honduras de seus quadros. Não houve um país sequer a defender os golpistas, pelo menos em público. Brasil, Itália, Colômbia e outros países chamaram de volta seus diplomatas. Lula disse que não vai reconhecer o novo governo. A Venezuela de Chávez ameaçou usar a força. Paralelamente, movimentos sociais e partidos de esquerda no mundo todo divulgaram notas e organizam manifestações de rechaço ao golpe.
Por outro lado, os Estados Unidos mantiveram uma posição dúbia. Apesar da declaração de Barack Obama, que pediu respeito às “normas democráticas”, a secretária de Estado Hillary Clinton negou o corte das relações comerciais e o embaixador estadunidense segue no país, o que caracteriza ao menos conivência com os golpistas.
Os bastidores
Os interesses estadunidenses começam a ficar mais visíveis quando olhamos para a balança comercial de Honduras: os EUA são o destino de 70% das exportações (café, bananas, camarões, lagostas, carne, zinco e madeira), ao passo que 55% das importações vêm do mesmo país, com destaque para máquinas e equipamentos para transporte, matérias primas para indústria, produtos químicos e combustíveis. O déficit hondurenho gira em torno de US$ 1 bilhão.
A CIA destaca em sua página na Internet que “investimentos em fábricas de maquilagem e setores de exportação não-tradicionais vem começando a diversificar a economia”. Talvez o projeto ianque para o país fosse transformá-lo, gradualmente, em base de trabalho escravo e semi-escravo, assim como fazem no Haiti e na República Dominicana, onde os trabalhadores recebem 1 ou 2 dólares diários para produzir calças, agasalhos e tênis que depois serão vendidos a preços duzentas vezes maiores nos países desenvolvidos.
Outro dado importante é sua localização geográfica. Honduras está no centro da América Central, entre Nicarágua, El Salvador e Guatemala. O domínio de seu território é, portanto, fundamental para manter todo o continente sob controle. Na década de 1980 isso ficou muito claro quando os EUA transformaram Honduras numa base militar de onde atacavam o governo sandinista na Nicarágua – isso com o dinheiro sujo da venda de armas para o Irã – e assim impediam a disseminação do ideário marxista pela região. E hoje em dia, quando os EUA perdem influência na América do Sul, é fundamental reter o controle sobre o restante da América Latina.
O golpe de 29 de junho acontece justo no momento em que Zelaya se aproximava da Alternativa Bolivariana para as Américas. Seguindo o exemplo dos governos sul-americanos que mudaram suas Constituições, o presidente deposto queria incluir nas eleições gerais de 29 de novembro uma consulta para aprovar a convocação de uma Assembléia Constituinte. Como o Congresso e o Judiciário haviam negado essa possibilidade, Zelaya decidiu seguir adiante com a consulta, ainda que seu valor fosse apenas simbólico. Como os militares se recusaram a distribuir as urnas, o presidente demitiu o chefe do Estado Maior Conjunto, Romero Orlando Vasquez Velasquez, que não acatou a ordem e teve apoio dos demais comandantes castrenses, assim como do Congresso e do Judiciário.
A Escola das Américas
Vasquez é graduado na Escola das Américas, assim como outros militares hondurenhos – e latino-americanos em geral. Por pelo menos duas vezes Honduras foi diretamente controlada por ditadores formados na Escola das Américas (1975 e 1980). O congressista estadunidense Joseph Kennedy disse certa vez: “A Escola das Américas do Exército dos Estados Unidos é uma escola que produziu mais ditadores do que qualquer outra escola do mundo”.
No dia 1º de julho, o presidente golpista decretou Estado de Sítio. Qualquer pessoa pode ser detida em qualquer lugar e ser mantida na prisão sem acusação formal. As liberdades civis foram suspensas, o toque de recolher foi imposto e os cidadãos estão proibidos de se manifestarem. Apesar de tudo isso, o povo hondurenho segue nas ruas. Segundo Arturo Wallace, correspondente da BBC, cerca de duas mil pessoas protestam contra a ditadura recém-instaurada. O jornalista disse ainda que “os meios de comunicação transmitem apenas a versão oficial e os canais de notícias internacionais, como a CNN e a Telesur, estão fora do ar”.
As corporações de mídia no Brasil receberam a notícia do golpe com cautela. Apesar de a CNN ter entrado na cobertura no próprio domingo, a TV Globo, maior emissora do país, não interrompeu sua programação e deixou o assunto para segunda-feira. Na quarta-feira à noite, a matéria do Jornal da Globo não usou o termo “ditadura” e apenas uma vez falou em “golpe”. Em nenhum momento contextualizou os interesses dos EUA na região. Para mostrar “imparcialidade”, ouviu um cidadão a favor e outro contra “a crise política” instaurada no país.
O golpe de Estado em Honduras é mais um capítulo na disputa pela hegemonia na região. De um lado, o bloco de esquerda encabeçado por Hugo Chávez. De outro, o velho esquema capitalista patrocinado pelos ianques. A posição de Zelaya é delicada, pois seus inimigos controlam os outros dois poderes da República (Judiciário e Legislativo), além das Forças Armadas. E contam com o apoio financeiro dos EUA. A seu lado estão os movimentos sociais, que mostraram boa capacidade de mobilização, e a comunidade internacional – que no geral não parece muito disposta a converter os discursos em ações.
Os próximos dias dirão se Honduras seguirá sob o controle estadunidense ou se as forças populares conseguirão redefinir os rumos desse país centro-americano e, por extensão, varrer o imperialismo do continente. Seja como for, delineia-se na região um cenário de embate, vivo, que escancara a atualidade de golpes e revoluções, de utopias e romantismos. Um contexto que não interessa ao capitalismo internacional porque torna visíveis suas mentiras e contradições; e que, por isso mesmo, deve ser aproveitado por quem luta por um mundo mais justo, humano e solidário.
Marcelo Salles, jornalista, é coordenador de Caros Amigos no Rio de Janeiro, editor do Fazendo Media (www.fazendomedia.com) e integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.
Juiz bloqueia 25 fazendas do grupo de Daniel Dantas
Da Folha de S. Paulo
A Justiça Federal determinou o sequestro de 25 fazendas e 450 mil cabeças de gado da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, ligada ao Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. A decisão foi tomada na última sexta-feira pelo juiz federal Fausto De Sanctis, responsável pelos processos relativos à Operação Satiagraha da Polícia Federal.
A PF trabalha com a suspeita de que a agropecuária pode ter sido usada para operações de lavagem de dinheiro obtido irregularmente em outras operações de empresas e fundos do grupo Opportunity. A PF estima que o banco aplicou R$ 700 milhões em atividades agropecuárias nos últimos anos.
O despacho judicial impede a comercialização das propriedades rurais e do gado, porém permite o manejo dos animais.
As propriedades rurais estão localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Pará. De Sanctis determinou ainda que as secretarias da Agricultura desses Estados informem sobre a regularidade e a propriedade das cabeças de gado.
Dantas vira réu
Desde que a Operação Satiagraha foi desencadeada, o sequestro das fazendas é um dos golpes mais duros sofridos pelo grupo Opportunity. A isso soma-se o bloqueio de fundos, determinados judicialmente no ano passado, no Brasil, EUA, Reino Unido e Luxemburgo.
A Justiça Federal também determinou a abertura de processo criminal contra o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, e mandou liquidar um fundo de investimentos de R$ 500 milhões do banqueiro. Outras 13 pessoas acusados pela prática de crimes financeiros investigados na Operação Satiagraha da Polícia Federal também foram formalmente acusadas.
O juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, acolheu denúncia elaborada pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, que acusou Dantas de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e formação de quadrilha e organização criminosa. Os acusados negaram, por meio de seus advogados, as acusações do Ministério Público.
A nova ação penal é o principal resultado da Satiagraha, iniciada em julho de 2008, e leva Dantas a figurar pela segunda vez como réu em uma ação penal originada na operação. O banqueiro já foi condenado a dez anos de prisão por tentar subornar, por meio de emissários, policiais envolvidos na Satiagraha. Dantas nega o crime e, em recurso à Justiça, acusa a PF de ter fraudado arquivos e transcrições de escutas.
Na lista de réus do novo processo estão Verônica Dantas, irmã do banqueiro, e Humberto Braz, executivo ligado ao Opportunity. Braz também foi condenado na ação relativa ao suborno de policiais --recebeu uma pena de sete anos de prisão-- e também recorreu da sentença.
A nova denúncia do Ministério Público apontou, entre outros crimes, que o Opportunity usou recursos de sua antiga controlada, a operadora Brasil Telecom, para pagar funcionários e despesas do grupo, e abasteceu o caixa do mensalão --esquema de integrantes de partidos da base aliada do governo para corromper congressistas-- com R$ 3 milhões.
Outro lado
Em nota, a Agropecuária Santa Bárbara, que administra as fazendas de Dantas, manifesta sua surpresa em relação ao sequestro de bens. "A Agropecuária Santa Bárbara é uma sociedade anônima auditada pela PricewaterhouseCoupers, que tem credibilidade internacional, age e sempre agiu em conformidade absoluta com as disposições legais que regem a prática de suas atividades."
Segundo a nota, todas as suas operações, aquisições de terra e compra e venda de gado estão "rigorosamente" documentadas, contabilizadas e declaradas aos órgãos do Poder Público responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização das suas atividades.
"A comercialização de seu rebanho é integralmente acompanhada da correspondente nota fiscal e GTA [Guia de Trânsito Animal]."
A Justiça Federal determinou o sequestro de 25 fazendas e 450 mil cabeças de gado da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, ligada ao Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. A decisão foi tomada na última sexta-feira pelo juiz federal Fausto De Sanctis, responsável pelos processos relativos à Operação Satiagraha da Polícia Federal.
A PF trabalha com a suspeita de que a agropecuária pode ter sido usada para operações de lavagem de dinheiro obtido irregularmente em outras operações de empresas e fundos do grupo Opportunity. A PF estima que o banco aplicou R$ 700 milhões em atividades agropecuárias nos últimos anos.
O despacho judicial impede a comercialização das propriedades rurais e do gado, porém permite o manejo dos animais.
As propriedades rurais estão localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Pará. De Sanctis determinou ainda que as secretarias da Agricultura desses Estados informem sobre a regularidade e a propriedade das cabeças de gado.
Dantas vira réu
Desde que a Operação Satiagraha foi desencadeada, o sequestro das fazendas é um dos golpes mais duros sofridos pelo grupo Opportunity. A isso soma-se o bloqueio de fundos, determinados judicialmente no ano passado, no Brasil, EUA, Reino Unido e Luxemburgo.
A Justiça Federal também determinou a abertura de processo criminal contra o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, e mandou liquidar um fundo de investimentos de R$ 500 milhões do banqueiro. Outras 13 pessoas acusados pela prática de crimes financeiros investigados na Operação Satiagraha da Polícia Federal também foram formalmente acusadas.
O juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, acolheu denúncia elaborada pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, que acusou Dantas de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e formação de quadrilha e organização criminosa. Os acusados negaram, por meio de seus advogados, as acusações do Ministério Público.
A nova ação penal é o principal resultado da Satiagraha, iniciada em julho de 2008, e leva Dantas a figurar pela segunda vez como réu em uma ação penal originada na operação. O banqueiro já foi condenado a dez anos de prisão por tentar subornar, por meio de emissários, policiais envolvidos na Satiagraha. Dantas nega o crime e, em recurso à Justiça, acusa a PF de ter fraudado arquivos e transcrições de escutas.
Na lista de réus do novo processo estão Verônica Dantas, irmã do banqueiro, e Humberto Braz, executivo ligado ao Opportunity. Braz também foi condenado na ação relativa ao suborno de policiais --recebeu uma pena de sete anos de prisão-- e também recorreu da sentença.
A nova denúncia do Ministério Público apontou, entre outros crimes, que o Opportunity usou recursos de sua antiga controlada, a operadora Brasil Telecom, para pagar funcionários e despesas do grupo, e abasteceu o caixa do mensalão --esquema de integrantes de partidos da base aliada do governo para corromper congressistas-- com R$ 3 milhões.
Outro lado
Em nota, a Agropecuária Santa Bárbara, que administra as fazendas de Dantas, manifesta sua surpresa em relação ao sequestro de bens. "A Agropecuária Santa Bárbara é uma sociedade anônima auditada pela PricewaterhouseCoupers, que tem credibilidade internacional, age e sempre agiu em conformidade absoluta com as disposições legais que regem a prática de suas atividades."
Segundo a nota, todas as suas operações, aquisições de terra e compra e venda de gado estão "rigorosamente" documentadas, contabilizadas e declaradas aos órgãos do Poder Público responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização das suas atividades.
"A comercialização de seu rebanho é integralmente acompanhada da correspondente nota fiscal e GTA [Guia de Trânsito Animal]."
51º Congresso da UNE em números
Balanço sobre debates, estrutura e programação cultural mostram que este Congresso da UNE foi o mais representativo em 72 anos de história
O maior fórum organizado da juventude brasileira chegou ao fim neste domingo e elegeu o estudante da USP Augusto Chagas presidente. O encontro que reuniu 10 mil estudantes de todos os 26 estados brasileiros e também do Distrito Federal. Os números do 51º Congresso da UNE mostram que ele representa, atualmente, um dos principais momentos de reflexão e decisão do movimento social brasileiro.
Debates
O Congresso alterou a rotina da Universidade de Brasília (UnB), com a realização de 25 debates, 13 grupos de discussão, além da inauguração de uma escultura em homenagem a Honestino Guimarães. As mesas aconteceram simultaneamente, provocando um grande fluxo de pessoas no prédio do Instituto Central de Ciências (ICC) da UnB.
No total, foram mais de 50 horas de discussão, com cerca de 100 convidados, entre deputados, senadores, intelectuais, artistas e representantes dos movimentos sociais como o economista e presidente do IPEA, Márcio Pochmann, a senadora (PT/AC) Marina Silva, o deputado federal (PSB/CE) Ciro Gomes, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, o presidente Nacional do PT Ricardo Berzoini, Gustavo Petta, ex-presidente da UNE e Secretário Municipal de Esportes de Campinas (SP), o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, entre outros.
Estrutura
Para realizar um evento do porte do Congresso da UNE, a organização precisa montar uma verdadeira "estrutura de guerra". Cerca de 50 funcionários, além de diretores da entidade e voluntários trabalharam nesta edição do Congresso. Eles cuidaram do credenciamento, comunicação, sistematização, logística, administração, alojamento, alimentação e transporte.
Os milhares de estudantes ficaram alojados em escolas nas imediações da UnB. Os congressistas tiveram alimentação garantida no Restaurante Universitário da UnB, posteriormente transferida para uma grande tenda em frente ao Ginásio Nilson Nelson onde aconteceram as duas etapas da plenária final. Só para se ter uma idéia, foram servidas cerca de 10 mil refeições, entre café da manhã, almoço e jantar.
Programação Cultural
As atividades culturais do 51º Congresso também não deixaram a desejar. A programação teve 7 shows, com artistas de diferentes estilos incluindo Leci Brandão, Móveis Coloniais de Acaju e Chimarruts, que se apresentaram em três noites. O Congresso também foi marcado por oficinas de grafismo e estêncil e demais atividades organizadas pelo Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA da UNE) que rolaram durante todo o encontro.
Delegados
O processo para escolha dos delegados desta edição do CONUNE envolveu 92% das Instituições de Ensino Superior de todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Foram 5.200 delegados eleitos em 2 300 eleições diretas, sendo que em Pernambuco, Alagoas, Goiás, Santa Catarina e Amapá todas as universidades e faculdades participaram do processo.
O maior fórum organizado da juventude brasileira chegou ao fim neste domingo e elegeu o estudante da USP Augusto Chagas presidente. O encontro que reuniu 10 mil estudantes de todos os 26 estados brasileiros e também do Distrito Federal. Os números do 51º Congresso da UNE mostram que ele representa, atualmente, um dos principais momentos de reflexão e decisão do movimento social brasileiro.
Debates
O Congresso alterou a rotina da Universidade de Brasília (UnB), com a realização de 25 debates, 13 grupos de discussão, além da inauguração de uma escultura em homenagem a Honestino Guimarães. As mesas aconteceram simultaneamente, provocando um grande fluxo de pessoas no prédio do Instituto Central de Ciências (ICC) da UnB.
No total, foram mais de 50 horas de discussão, com cerca de 100 convidados, entre deputados, senadores, intelectuais, artistas e representantes dos movimentos sociais como o economista e presidente do IPEA, Márcio Pochmann, a senadora (PT/AC) Marina Silva, o deputado federal (PSB/CE) Ciro Gomes, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, o presidente Nacional do PT Ricardo Berzoini, Gustavo Petta, ex-presidente da UNE e Secretário Municipal de Esportes de Campinas (SP), o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, entre outros.
Estrutura
Para realizar um evento do porte do Congresso da UNE, a organização precisa montar uma verdadeira "estrutura de guerra". Cerca de 50 funcionários, além de diretores da entidade e voluntários trabalharam nesta edição do Congresso. Eles cuidaram do credenciamento, comunicação, sistematização, logística, administração, alojamento, alimentação e transporte.
Os milhares de estudantes ficaram alojados em escolas nas imediações da UnB. Os congressistas tiveram alimentação garantida no Restaurante Universitário da UnB, posteriormente transferida para uma grande tenda em frente ao Ginásio Nilson Nelson onde aconteceram as duas etapas da plenária final. Só para se ter uma idéia, foram servidas cerca de 10 mil refeições, entre café da manhã, almoço e jantar.
Programação Cultural
As atividades culturais do 51º Congresso também não deixaram a desejar. A programação teve 7 shows, com artistas de diferentes estilos incluindo Leci Brandão, Móveis Coloniais de Acaju e Chimarruts, que se apresentaram em três noites. O Congresso também foi marcado por oficinas de grafismo e estêncil e demais atividades organizadas pelo Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA da UNE) que rolaram durante todo o encontro.
Delegados
O processo para escolha dos delegados desta edição do CONUNE envolveu 92% das Instituições de Ensino Superior de todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Foram 5.200 delegados eleitos em 2 300 eleições diretas, sendo que em Pernambuco, Alagoas, Goiás, Santa Catarina e Amapá todas as universidades e faculdades participaram do processo.
Movimento PT inscreve Magela para disputar presidência nacional do PT
A tendência Movimento PT inscreveu, nesta terça-feira (21), o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) para disputar a presidência nacional do PT. A inscrição foi oficializada na sede do partido, em Brasília.
A tendência informou que o ato de lançamento da candidatura será dia 6 de agosto, também na capital federal.
A tendência informou que o ato de lançamento da candidatura será dia 6 de agosto, também na capital federal.
Congresso da UNE elege novo presidente
O 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) elegeu neste domingo (19) seu novo presidente, Augusto Nunes, e uma nova diretoria. A chapa vencedora foi a "Avançar nas Mudanças".A eleição da nova diretoria foi o desfecho do 51º Congresso, aberto na última quinta-feira (16) com a presença do Presidente Lula.
Um dos principais objetivos da nova diretoria será a mobilização em torno da aprovação, no Congresso Nacional, do Projeto de Lei 5.175, de 2009, que institui um marco regulatório para a educação superior.
Essa proposta foi apresentada em maio pela UNE e prevê, entre outros pontos, a implementação de um auxílio estudantil de cerca de 3/5 do salário mínimo para todos os estudantes carentes, de universidades públicas e privadas.
Um dos principais objetivos da nova diretoria será a mobilização em torno da aprovação, no Congresso Nacional, do Projeto de Lei 5.175, de 2009, que institui um marco regulatório para a educação superior.
Essa proposta foi apresentada em maio pela UNE e prevê, entre outros pontos, a implementação de um auxílio estudantil de cerca de 3/5 do salário mínimo para todos os estudantes carentes, de universidades públicas e privadas.
Lula envia ao Congresso projeto do Vale-Cultura
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva envia ao Congresso Nacional nesta quinta-feira (23) o Projeto de Lei que cria o Vale-Cultura. Participam da cerimônia de assinatura da mensagem a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro da Cultura, Juca Ferreira. O evento será realizado às 18h, no Teatro Raul Cortez (Rua Dr. Plínio Barreto, nº 285), na Sede da Fecomercio, em São Paulo.
O Vale-Cultura será a primeira política pública governamental voltada para o consumo cultural. De acordo com a proposta, as empresas deverão disponibilizar, mensalmente, um vale de R$ 50 aos trabalhadores para que esses possam ter acesso aos bens e serviços culturais. O Governo Federal concederá renúncia fiscal de parte do valor concedido para as empresas que aderirem à iniciativa.
O projeto de lei que cria o Vale-Cultura poderá incluir 14 milhões de pessoas no mercado de consumo cultural, estima o ministro da Cultura, Juca Ferreira. Ferreira informou em entrevista à Agência Brasil já ter sido procurado por entidades sindicais da área pública que pretendem estender o benefício à categoria. O ministro acredita que o projeto será aprovado no Congresso Nacional ainda este ano, pois tramitará em regime de urgência. A criação do benefício foi desmembrada do projeto de reforma da Lei Rouanet justamente para ganhar celeridade. “O projeto só chegará à plenitude um ou dois anos depois, mas acredito numa provação rápida, porque as centrais sindicais estão favoráveis, e as empresas que poderão manejar já estão se candidatando.”
O Vale-Cultura será a primeira política pública governamental voltada para o consumo cultural. De acordo com a proposta, as empresas deverão disponibilizar, mensalmente, um vale de R$ 50 aos trabalhadores para que esses possam ter acesso aos bens e serviços culturais. O Governo Federal concederá renúncia fiscal de parte do valor concedido para as empresas que aderirem à iniciativa.
O projeto de lei que cria o Vale-Cultura poderá incluir 14 milhões de pessoas no mercado de consumo cultural, estima o ministro da Cultura, Juca Ferreira. Ferreira informou em entrevista à Agência Brasil já ter sido procurado por entidades sindicais da área pública que pretendem estender o benefício à categoria. O ministro acredita que o projeto será aprovado no Congresso Nacional ainda este ano, pois tramitará em regime de urgência. A criação do benefício foi desmembrada do projeto de reforma da Lei Rouanet justamente para ganhar celeridade. “O projeto só chegará à plenitude um ou dois anos depois, mas acredito numa provação rápida, porque as centrais sindicais estão favoráveis, e as empresas que poderão manejar já estão se candidatando.”
Manifesto da JPT para o 51º Congresso da UNE
Ocorreu entre os dias 15 e 19 de julho, em Brasília o 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes. Segundo o site da entidade, este foi o mais representativo de sua história, com mais de 5 mil delegados/as eleitos/as em 90% das instituições de ensino do país.
Consciente do papel que a UNE e o movimento estudantil jogam na construção do projeto democrático e popular, a Juventude do PT, lançou manifesto aos/às delegados/as deste congresso.
A HORA É AGORA!
Fortalecer a UNE, a juventude e o povo
O 51º Congresso da UNE tem a tarefa de preparar a UNE e o movimento estudantil (ME) para a luta por uma universidade popular e democrática, o enfretamento à crise mundial do capitalismo e a disputa política e ideológica das eleições 2010.
Vivemos um momento decisivo para impedir qualquer possibilidade de retorno desastroso dos Demo-Tucanos, representantes dos setores conservadores e monopolistas responsáveis pelo sucateamento da universidade pública brasileira e por abrir as portas para exploração da educação no mercado. É preciso lutar por um terceiro mandato para o PT e o campo democrático popular buscando aprofundar as transformações em curso rumo à superação do neoliberalismo e do capitalismo para construir uma sociedade socialista.
Se há dez anos atrás, durante o Governo FHC, fazíamos um movimento de resistência, hoje o Governo Lula proporciona um cenário de possibilidades à Universidade Brasileira. Nos quatro primeiros anos do Governo Lula, a população universitária brasileira saltou de 3,5 para 4,5 milhões, um aumento de 28%. O ProUni, o Reuni, as cotas raciais e para estudantes oriundos de escolas públicas, o PDE, o plano nacional de assistência estudantil e a Conferencia Nacional de Educação, mostram uma nova perspectiva de acesso a educação.
Portanto, além da expansão, interiorização e aumento dos recursos para as universidades federais, é preciso reforçar a contenção do avanço do setor privado, que precisa ser fortemente regulado pelo Estado, fortalecendo as iniciativas que, no Congresso Nacional e no Conselho Nacional de Educação, seguem neste sentido.
Apesar de importantes avanços no ensino superior podemos dizer que muito ainda precisa ser transformado. Precisamos entender a educação de forma sistêmica. Por isso a Conferência Nacional de Educação será um espaço importante para pautarmos a necessidade de um sistema nacional de educação articulado e voltado aos interesses populares.
Neste sentido, ainda que existam mudanças que podem alterar o perfil e as oportunidades de formação de jovens, precisamos enfrentar a hegemonia do setor privado e da concepção mercantil de educação, voltada à formação de mão de obra e à produção de conhecimento orientada às demandas de mercado.
Em um cenário em que o neoliberalismo é duramente questionado e encontra-se enfraquecido, é fundamental concentrar esforços para desfazer o movimento que protagonizou ao longo da década de 1990 no Brasil. Ou seja, o atual período exige transferir os setores que passaram a ser alvo da exploração visando a acumulação de capital para espaços públicos que não obedeçam à lógica do mercado, sob a orientação e gestão do Estado.
Para isso precisaremos de uma UNE e um movimento estudantil fortes e mobilizados. Porém, embora ainda seja o movimento juvenil mais organizado do país o ME está longe de ser a única expressão organizada da diversidade da juventude brasileira. Os anseios e aspirações dos próprios estudantes extrapolam cada vez mais o meio universitário e a pauta educacional.
Temas como emprego e trabalho ganham mais centralidade em um ambiente de altos índices de precarização e difícil entrada no mundo de trabalho. A parcela da população jovem que trabalha ao mesmo tempo em que estuda seria muito superior aos atuais 17,7% dos jovens com 15 a 24, não fosse o alto índice de evasão escolar devido à necessidade dos jovens de trabalhar para contribuir com a renda familiar.
Ademais, a tese equivocada de que o alto índice de desemprego entre os jovens é decorrente da falta de qualificação e não da baixa oferta de postos de trabalho formal tem como conseqüência o aumento da corrida por diplomas e a procura dos bancos acadêmicos em busca de profissionalização – expectativa que geralmente é frustrada, uma vez que a graduação não é sinônimo lugar cativo no mercado de trabalho, muito menos de estabilidade financeira, realização profissional ou ascensão social.
Somado à centralidade do trabalho no imaginário e na realidade dos jovens estudantes, é preciso notar que a composição da base social do movimento estudantil tem sofrido alterações. Fatores como (a) a reserva de vagas para estudantes negros, oriundos das escolas públicas e de baixa renda, (b) o Programa Universidade para Todos (ProUni), (c) a expansão dos setores público e privado em municípios e regiões distantes dos centros urbanos, (d) o surgimento de nichos de mercado educacional voltados à população de baixa renda e (f) o aumento da oferta de cursos noturnos transformaram a cara do estudante universitário, tornando-o mais popular e menos elitista e, portanto, mais impactado por fatores objetivos do lado de fora dos muros universitários.
Contribuindo para que UNE cumpra seu papel histórico de acordo com a realidade atual da juventude brasileira e para o aprofundamento das mudanças que acontecem em nosso país, o Partido dos Trabalhadores acredita ser necessário um salto organizativo e mudanças profundas no conjunto movimento estudantil e na UNE, em especial, tornando-a uma entidade cada vez mais democrática, transparente, combativa e de lutas.
O PT no movimento estudantil se orienta pela construção de uma universidade popular e democrática, pela defesa da UNE como entidade máxima de representação dos estudantes, motivo pelo qual reprovamos o divisionismo e defendemos sua revitalização, pela democratização e aproximação da UNE das salas de aulas, pelo fortalecimento das entidades e da rede do movimento estudantil, pela articulação dos movimentos sociais com as entidades e organizações estudantis, pelo aprofundamento das transformações em curso e pelo combate à crise internacional apresentando uma alternativa de esquerda visando superar o neoliberalismo e o capitalismo.
Sabemos que se aproxima um momento decisivo para os rumos do país que exige forte pressão pelas reivindicações históricas e atuais da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Cumprir com esta tarefa exige atuação coesa do campo democrático e popular, o fortalecimento e a combatividade dos movimentos sociais e o enraizamento do petismo em amplas parcelas da população, sobretudo entre os jovens.
Portanto, o PT e sua juventude irão incidir com intensidade na pauta política que orientará a ação dos estudantes no próximo período, visando sair deste fórum mais fortalecidos e coesos do que nunca. Convocamos os estudantes petistas, delegados e observadores ao 51º CONUNE, a construírem uma intervenção qualificada e com unidade programática, fortalecendo a UNE, o movimento estudantil e o Partido dos Trabalhadores!
Consciente do papel que a UNE e o movimento estudantil jogam na construção do projeto democrático e popular, a Juventude do PT, lançou manifesto aos/às delegados/as deste congresso.
A HORA É AGORA!
Fortalecer a UNE, a juventude e o povo
O 51º Congresso da UNE tem a tarefa de preparar a UNE e o movimento estudantil (ME) para a luta por uma universidade popular e democrática, o enfretamento à crise mundial do capitalismo e a disputa política e ideológica das eleições 2010.
Vivemos um momento decisivo para impedir qualquer possibilidade de retorno desastroso dos Demo-Tucanos, representantes dos setores conservadores e monopolistas responsáveis pelo sucateamento da universidade pública brasileira e por abrir as portas para exploração da educação no mercado. É preciso lutar por um terceiro mandato para o PT e o campo democrático popular buscando aprofundar as transformações em curso rumo à superação do neoliberalismo e do capitalismo para construir uma sociedade socialista.
Se há dez anos atrás, durante o Governo FHC, fazíamos um movimento de resistência, hoje o Governo Lula proporciona um cenário de possibilidades à Universidade Brasileira. Nos quatro primeiros anos do Governo Lula, a população universitária brasileira saltou de 3,5 para 4,5 milhões, um aumento de 28%. O ProUni, o Reuni, as cotas raciais e para estudantes oriundos de escolas públicas, o PDE, o plano nacional de assistência estudantil e a Conferencia Nacional de Educação, mostram uma nova perspectiva de acesso a educação.
Portanto, além da expansão, interiorização e aumento dos recursos para as universidades federais, é preciso reforçar a contenção do avanço do setor privado, que precisa ser fortemente regulado pelo Estado, fortalecendo as iniciativas que, no Congresso Nacional e no Conselho Nacional de Educação, seguem neste sentido.
Apesar de importantes avanços no ensino superior podemos dizer que muito ainda precisa ser transformado. Precisamos entender a educação de forma sistêmica. Por isso a Conferência Nacional de Educação será um espaço importante para pautarmos a necessidade de um sistema nacional de educação articulado e voltado aos interesses populares.
Neste sentido, ainda que existam mudanças que podem alterar o perfil e as oportunidades de formação de jovens, precisamos enfrentar a hegemonia do setor privado e da concepção mercantil de educação, voltada à formação de mão de obra e à produção de conhecimento orientada às demandas de mercado.
Em um cenário em que o neoliberalismo é duramente questionado e encontra-se enfraquecido, é fundamental concentrar esforços para desfazer o movimento que protagonizou ao longo da década de 1990 no Brasil. Ou seja, o atual período exige transferir os setores que passaram a ser alvo da exploração visando a acumulação de capital para espaços públicos que não obedeçam à lógica do mercado, sob a orientação e gestão do Estado.
Para isso precisaremos de uma UNE e um movimento estudantil fortes e mobilizados. Porém, embora ainda seja o movimento juvenil mais organizado do país o ME está longe de ser a única expressão organizada da diversidade da juventude brasileira. Os anseios e aspirações dos próprios estudantes extrapolam cada vez mais o meio universitário e a pauta educacional.
Temas como emprego e trabalho ganham mais centralidade em um ambiente de altos índices de precarização e difícil entrada no mundo de trabalho. A parcela da população jovem que trabalha ao mesmo tempo em que estuda seria muito superior aos atuais 17,7% dos jovens com 15 a 24, não fosse o alto índice de evasão escolar devido à necessidade dos jovens de trabalhar para contribuir com a renda familiar.
Ademais, a tese equivocada de que o alto índice de desemprego entre os jovens é decorrente da falta de qualificação e não da baixa oferta de postos de trabalho formal tem como conseqüência o aumento da corrida por diplomas e a procura dos bancos acadêmicos em busca de profissionalização – expectativa que geralmente é frustrada, uma vez que a graduação não é sinônimo lugar cativo no mercado de trabalho, muito menos de estabilidade financeira, realização profissional ou ascensão social.
Somado à centralidade do trabalho no imaginário e na realidade dos jovens estudantes, é preciso notar que a composição da base social do movimento estudantil tem sofrido alterações. Fatores como (a) a reserva de vagas para estudantes negros, oriundos das escolas públicas e de baixa renda, (b) o Programa Universidade para Todos (ProUni), (c) a expansão dos setores público e privado em municípios e regiões distantes dos centros urbanos, (d) o surgimento de nichos de mercado educacional voltados à população de baixa renda e (f) o aumento da oferta de cursos noturnos transformaram a cara do estudante universitário, tornando-o mais popular e menos elitista e, portanto, mais impactado por fatores objetivos do lado de fora dos muros universitários.
Contribuindo para que UNE cumpra seu papel histórico de acordo com a realidade atual da juventude brasileira e para o aprofundamento das mudanças que acontecem em nosso país, o Partido dos Trabalhadores acredita ser necessário um salto organizativo e mudanças profundas no conjunto movimento estudantil e na UNE, em especial, tornando-a uma entidade cada vez mais democrática, transparente, combativa e de lutas.
O PT no movimento estudantil se orienta pela construção de uma universidade popular e democrática, pela defesa da UNE como entidade máxima de representação dos estudantes, motivo pelo qual reprovamos o divisionismo e defendemos sua revitalização, pela democratização e aproximação da UNE das salas de aulas, pelo fortalecimento das entidades e da rede do movimento estudantil, pela articulação dos movimentos sociais com as entidades e organizações estudantis, pelo aprofundamento das transformações em curso e pelo combate à crise internacional apresentando uma alternativa de esquerda visando superar o neoliberalismo e o capitalismo.
Sabemos que se aproxima um momento decisivo para os rumos do país que exige forte pressão pelas reivindicações históricas e atuais da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Cumprir com esta tarefa exige atuação coesa do campo democrático e popular, o fortalecimento e a combatividade dos movimentos sociais e o enraizamento do petismo em amplas parcelas da população, sobretudo entre os jovens.
Portanto, o PT e sua juventude irão incidir com intensidade na pauta política que orientará a ação dos estudantes no próximo período, visando sair deste fórum mais fortalecidos e coesos do que nunca. Convocamos os estudantes petistas, delegados e observadores ao 51º CONUNE, a construírem uma intervenção qualificada e com unidade programática, fortalecendo a UNE, o movimento estudantil e o Partido dos Trabalhadores!
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