sexta-feira, 7 de maio de 2010

Indústria naval brasileira ressurge após décadas de abandono e lança navio petroleiro

O lançamento do navio petroleiro João Cândido nesta sexta-feira (7) no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Recife (PE), representa o reinício de uma atividade industrial que tinha sido abandonada no país há décadas. Ele é o primeiro das 49 embarcações de grande porte que integram o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) a ser entregue. O presidente Lula e a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, participarão do lançamento.

Segundo o EAS, que abriu suas portas há cerca de três anos, o petroleiro tem capacidade para transportar até 1 milhão de barris de petróleo, o equivalente à quase a metade da produção diária brasileira. A empresa emprega cerca de 4 mil funcionários, a maior parte treinada em Pernambuco, e cerca de 1,3 mil trabalharam diretamente na construção do petroleiro.

O Promef resgatou uma tradição iniciada no final do século XIX pelo Barão de Mauá e que teve seu auge nos anos 1970, quando o Brasil chegou a ser o segundo maior construtor de navios do mundo. Após este período, durante os anos 1980 e 1990, o setor entrou em crise, as encomendas foram praticamente interrompidas, e os navios e as plataformas de exploração e produção de petróleo passaram a ser importadas.

Hoje, após ação do governo federal e das empresas estatais, o Brasil já possui o quinto maior volume de encomendas de navios petroleiros do mundo. Em 2000, o setor empregava pouco mais de 2 mil pessoas e, agora, já são mais de 45 mil trabalhadores. Só no EAS, as encomendas chegam a 22 navios petroleiros, com negócios de aproximadamente US$ 3,5 bilhões. O estaleiro informa que a cada três meses deve entregar um novo navio.

Batizado de João Cândido em homenagem ao líder da Revolta da Chibata, o navio a ser lançado em Pernambuco é o primeiro de grande porte construído no Brasil em 13 anos. O último foi o Livramento, cuja construção iniciou em 1987 e levou dez anos para ser concluído. O petroleiro mede 274 metros de cumprimento e tem uma área semelhante a dois campos de futebol.

A construção e operação do Estaleiro do Atlântico Sul consumiu investimentos de aproximadamente R$ 1,8 bilhão, dinheiro de grupos brasileiros, que usam tecnologia sul-coreana para construir os navios.


Dilma exalta capacidade produtiva do país em lançamento de navio

A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, disse hoje, ao chegar ao Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), que Brasil dá um passo fundamnetal para o aumento de sua capacidade produtiva ao lançar o primeiro navio petroleiro de grande porte, depois de décadas de estagnação da indústria naval.

Olhando o petroleiro João Cândido, Dilma ressaltou o esforço dos trabalhadores. “Bonito é isso ali, ó. Cheio de trabalho”, comentou acenando para os trabalhadores que estavam a bordo do navio pouco antes do lançamento.

“Era isso que diziam que no Brasil não se podia fazer. O Brasil dá um passo à frente hoje. Não podemos produzir apenas commodities [soja, minério de ferro], nós também produzimos navios como esse, desse tamanho”, afirmou.

O lançamento do navio petroleiro João Cândido representa o reinício de uma atividade industrial abandonada no país há décadas. Ele é o primeiro das 49 embarcações de grande porte que integram o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) a ser entregue.

Segundo o EAS, que abriu suas portas há cerca de três anos, o petroleiro tem capacidade para transportar até 1 milhão de barris de petróleo, o equivalente à quase a metade da produção diária brasileira. A empresa emprega cerca de 4 mil funcionários, a maior parte treinada em Pernambuco, e cerca de 1,3 mil trabalharam diretamente na construção do petroleiro.

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