segunda-feira, 31 de março de 2008

A Juventude escreve sua História

A juventude teve participação significativa para construir o mundo em que vivemos. Através da literatura, da música e demais expressões artísticas; dos movimentos culturais e contestatários; das manifestações libertárias e contra-hegemônicas (e conservadoras); da militância revolucionária (e contra-revolucionária); enfim, nos grandes momentos decisivos e também na vida cotidiana, a juventude fez parte da roda da história.

O Brasil também tem uma rica história da participação juvenil. Mas não cabe aqui – por não ser o foco do texto e pela extensão dos exemplos – discorrer sobre esse legado. No momento, basta compreender que hoje não é diferente: a juventude continua a escrever a história.
Este é o entendimento da JPT. Mas, como jovens petistas, anti-capitalistas e socialistas, não é uma história qualquer que pretendemos escrever. Construímos a história da classe oprimida em luta, buscando liberdade e o fim da exploração.
Atualmente, a JPT está envolvida no trabalho de organizar suas fileiras e sua militância. É um período de concentração e preparação. Uma tarefa que se demonstra urgente e necessária. Esse é o caráter do I Congresso da Juventude Petista.
Toda batalha tem seu campo e tempo próprios, os quais nem sempre podemos escolher. A I Conferência Nacional de Juventude é o terreno de mais uma delas. A disputa ideológica será intensa, refletindo a luta cotidiana de confronto de projetos com enfoque nos jovens. À direita, os capitalistas e o campo conservador. À esquerda, os socialistas e o campo democrático e popular. Além destes, uma infinidade de posições, opiniões e ideologias, igualmente em disputa.
Diversas etapas já ocorreram, houve muita mobilização. Nos dias 29 e 30 de março ocorrerão outras 17 etapas estaduais. Nos dias 05 e 06 de abril haverá mais. A etapa nacional ocorre de 27 a 30 de abril, em Brasília. Esta é uma oportunidade sem precedentes para a JPT se apresentar para jovens e movimentos juvenis. Um espaço onde estará representada a juventude em sua mais rica diversidade e pluralidade. Nele, teremos condições de conhecer melhor a juventude brasileira e estabelecer uma recíproca: ela poderá nos conhecer.
No entanto, para estabelecer este diálogo precisamos nos caracterizar. Se neste I Congresso da JPT estamos construindo o que queremos ser amanhã, na I Conferência Nacional de Juventude devemos nos apresentar como somos hoje.
Para isso, é fundamental trabalhar com nossa capacidade organizativa atual, sem precipitações, mas com clareza programática e política. Devemos expressar nossas bandeiras históricas, construir novas idéias e propostas e desenhar nossas estrelas vermelhas nas cartolinas, camisas e pedaços de pano. Resgatemos os eixos para a Conferência nas orientações da Secretaria Nacional da JPT: direito ao trabalho, direito à cidade, educação e revolução pedagógica, descriminalização do aborto, legalização das drogas e participação popular.
A JPT, muito mais que disputar espaços, testar sua força ou focar sua intervenção na burocracia organizativa da Conferência e seus desdobramentos, deve buscar um diálogo com aqueles que são protagonistas do processo – os jovens – com política na cabeça e vontade no coração.
A I Conferência Nacional de Juventude é um espaço plural e democrático de participação popular juvenil, estabelecendo um diálogo verdadeiro e horizontal das juventudes organizadas e demais jovens com o poder público e a sociedade. Está debatendo e desenvolvendo política. A juventude brasileira está pensando o país que quer para si hoje e amanhã. A predominância não é das cartas marcadas, pelo contrário, é da inovação, da intensidade de participação e da capacidade de envolver amplos segmentos de jovens, que pela primeira vez têm a oportunidade de falar e ouvir. Isto não é pouco e não se pode subestimar, muito menos ignorar.

“A juventude escreve sua história”. Este é o lema de nosso I Congresso. Sejamos ousados. Vamos escrever não só a história da juventude petista, mas da juventude trabalhadora de todo o país.


Rodrigo Cesar é membro do Coletivo Nacional da JPT

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